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BARCELONA DE GUAYAQUIL É O ADVERSÁRIO TRICOLOR NAS OITAVAS DA SUL-AMERICANA

Equipe equatoriana garantiu classificação ao eliminar o Cobreloa
 

O Grêmio ficou conhecendo o seu adversário na etapa de oitavas de final da Copa Sul-Americana. O Tricolor vai enfrentar o Barcelona, de Guayaquil, do Equador, que venceu o Cobreloa, do Chile, pelo placar de 4 a 3, em jogo emocionante realizado na noite desta quarta-feira, no Estádio Metropolitano de Guayaquil. O jogo de ida, em Calama, havia terminado empatado sem gols.

O primeiro confronto entre as duas equipes será realizado no Equador, na próxima quarta-feira, ainda sem horário definido. O jogo de volta, no Olímpico, será apenas no dia 24/10.
 

 

 

VOLANTE SOUZA FALA SOBRE PARTIDA CONTRA O GALO

Tricolor se prepara em Atibaia

 

O volante Souza concedeu entrevista coletiva no final da tarde desta quarta-feira, após treinamento técnico realizado no gramado do Bourbon Spa Resort, em Atibaia. O camisa 5 do Grêmio falou sobre as projeções dos jogadores e da comissão técnica para os próximos desafios, fortaleceu o grupo quando perguntado sobre a formação ideal, salientou a qualidade do Atlético-MG e reafirmou a importância de um resultado positivo no domingo, no estádio Independência, em Belo Horizonte, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro.

 

 

MAQUETE DO OLÍMPICO EMOCIONA PELA PERFEIÇÃO

Obra foi um presente da OAS para o torcedor gremista
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 Na tarde desta quarta-feira, no Memorial Hermínio Bittencourt, ocorreu a solenidade de entrega da maquete do Olímpico doada ao Grêmio pela empresa OAS. A riqueza dos detalhes e a perfeição de cada setor, emocionaram e surpreenderam todos aqueles que estiveram presentes no ato que fez parte da Programação Oficial dos 109 anos do Tricolor.

O presidente da Arena Porto-Alegrense, representando a OAS, Eduardo Pinto, falou na alegria de poder entregar ao Grêmio e ao torcedor uma verdadeira obra de arte: “Homenagear o Olímpico é uma satisfação. Poder presentear este estádio no seu último aniversário físico é um orgulho. É um presente para o Grêmio e toda sua torcida para eternizar o Monumental”, declarou

O executivo de marketing do Clube, Paulo César Verardi, enalteceu a sensibilidade da OAS num momento emocional tão forte que vive o Grêmio pela proximidade da mudança para Arena: “Este gesto e este belo produto sintetiza a beleza e a grandiosidade do que é o estádio Olímpico. Esse ato da OAS, fazendo essa doação ao Grêmio, é repleto de simbolismo. Não tenho dúvida de que será a grande vedete do maravilhoso memorial que iremos inaugurar na Arena”, projetou.

Ema Coelho de Souza, diretora do memorial Hermínio Bittencourt, não conseguiu conter as lágrimas no momento em que a maquete foi descerrada mostrando a beleza da obra. Ela se surpreendeu com a perfeição dos detalhes: “Eu não imaginava que poderia ser assim. Até porque a ideia que temos de uma maquete é aquela representação de um imóvel, mais fria, mas essa maquete é cheia de vida, mostra um dia de jogo de futebol. É muito emocionante e o torcedor poderá se localizar nos detalhes. Essa maquete representa o que é o Olímpico e ninguém jamais vai esquecer”, vibrou.

Merecedor de todos os elogios, a equipe da Sandro Maquetes, comandada por Sandro Creatini, recebeu os parabéns pela belíssima obra. Segundo ele, o trabalho foi feito com muita emoção pelo envolvimento emocional que ele tem com o Clube: “Meu pai esteve aqui no Olímpico no dia da sua inauguração e hoje, 58 anos depois, eu tenho a oportunidade de eternizar o Estádio nesta maquete”, destacou. Segundo Sandro, o projeto surgiu em 2008 e, até aqui, foi desenvolvido em segredo: “É um projeto que surgiu há 3 anos e meio desenvolvendo paulatinamente. Na soma, foi um ano de trabalho ininterrupto. Como era em regime de sigilo, tínhamos que trabalhar nos finais de semana, nas madrugadas, baseados no conhecimento que tínhamos do estádio e por meio de fotos. Procuramos contemplar os principais detalhes para que o torcedor possa lembrar e se localizar dentro do estádio”, finalizou.

A maquete do Olímpico ficará exposta para o torcedor no Memorial Hermínio Bittencourt sendo, posteriormente, transportada para o novo museu da Arena.

 

Fotos: Lucas Uebel

 

 

Incansável aos 79: quem é o único atleta a atuar nas 3 casas do Grêmio

Milton Kuelle começou ainda jovem na Baixada, fez história no Olímpico e será chamado para atuar na futura Arena. 'Quero 20 minutos', desafia

Por Lucas RizzattiPorto Alegre

 
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Parece mentira. Mas não é. Aos 79 anos, Milton Martins Kuelle praticamente não mudou. Adicione rugas e alguns cabelos brancos. E só. De resto, conserva a mente fresca e o corpo são, como se estivesse sempre com 20 e tantos anos, pronto a voltar a jogar pelo Grêmio. O único clube de um homem de dois estádios. Ou melhor, três, já que será convidado a entrar em campo em 8 de dezembro, na inauguração da Arena, nova casa tricolor a partir de 2013.

Falta o empurrão oficial. As conversas com o presidente Paulo Odone já começaram para que Milton Kuelle se torne o único homem a atuar nos três estádios do Grêmio. Orgulhoso, se coloca à disposição, mas faz uma ressalva, prova cabal de que Milton Kuelle não mudara mesmo - por dentro e por fora. Seu senso de equipe continua intacto.

- Não sinto tanta alegria em ser o único a jogar nas três casas. Porque é uma alegria solitária. Eu gostaria de compartilhar com outros colegas que jogaram tanto na Baixada quanto no Olímpico, mas que não estão mais entre nós- revela, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

milton kuelle grêmio olímpico adeus olímpico (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)Milton Kuelle posa com retrato em que comemorava gol tricolor  (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)

A bola ainda acompanha Milton. Toda a quarta-feira à noite. Joga em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por pelo menos 40 minutos num campo de futebol sete. Quem o viu jogar, ontem e hoje, garante: nada mudou. Muito por isso, arriscou até sugestão para Odone.

- Quem sabe dar o pontapé inicial? - indagou o dirigente.

- Presidente, me dá uns 20 minutos. Por cinco, eu não me fardo - completou, brincando. - Tem uns coroas já no time do Luxemburgo!

De 19 de setembro, data da inauguração do Olímpico, até dezembro, na abertura da Arena, o GLOBOESPORTE.COM traz matérias especiais sobre a memória da atual casa tricolor

Brincadeiras à parte, Milton volta a ser Milton, baixa o tom de voz e, sereno, afirma que participará das cerimônias conforme as exigências da direção.

Esse mesmo espírito voluntarioso também se viu no campo, de 1954 a 1965, seu período de profissional do Grêmio. Compôs consistente dupla de meio-campo com o "alemão" Elton. O próprio Milton se denomina "burro de carga" de uma equipe pentacampeã gaúcha. Afirma que segurava as pontas no meio-campo para que o infernal Gessy e o "Tanque" Juarez brilhassem no ataque.

O apelido de Formiguinha, obra do jornalista Mendes Ribeiro, colou como praga. Ficou até hoje. Poderia ser, sim, por sua preocupação com o coletivo e consciência de seu papel em campo. Mas a ideia era dimensionar o quanto corria nos jogos. Milton Kuelle não parava.

- Corria que nem um cavalo, marcava todo mundo - confirma. - Tecnicamente, meu nivel era médio. Mas, no fôlego, ninguém me ganhava.

O futebol, para mim, sempre foi o meio. Não o fim. Joguei para me formar (em odontologia).

Ao subir do time de aspirantes, virou titular com o técnico húngaro László Székely e participou da inauguração do Olímpico, em 1954. Era meia-atacante. Mas deixou de ser em 1955, com a chegada de Osvaldo Rolla, ex-jogador histórico do clube e que iria marcar época também como treinador. Voltou ao Grêmio para aplicar o estilo de futebol-força que testemunhara nos gramados europes em excursão pelo Cruzeiro, de Porto Alegre. E viu no Formiguinha um exemplar perfeito para tal.

Milton chegou a ter sua dispensa do Grêmio publicada no jornal Última Hora. Com o sotaque carregado, de "r" arrastado, Foguinho lhe deu a chance de que precisava:

- Eu tenho outra posição para o senhor. Meia esquerda.

- Mas eu sou destro - retrucou um confuso Milton. - E fiz um monte de gols no juvenil.

- O senhor vai correr o campo todo. Para mim, apenas ser bom jogador não serve.

milton kuelle grêmio olímpico adeus olímpico (Foto: Divulgação/Memorial Herminio Bittencourt)Milton Kuelle foi penta do Gauchão e, depois, tri (Foto: Divulgação/Memorial Herminio Bittencourt)

Tempos duros de Baixada: até macumba contra seca

E assim Milton Kuelle se destacou. Virou Formiguinha, campeão, pentacampeão, lenda. Quem diria. Um garoto que comprou a vida de jogador apenas para pagar a faculdade de odontologia, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

- O futebol, para mim, sempre foi o meio. Não o fim - define. - Joguei para me formar. Não foi um tempo auspicioso, como é para o jogador de hoje.

Tanto que recusou proposta do grego Panathinaikos, quando o Grêmio viajou pela Europa, e também passou adiante oferta para rumar ao Vasco. O que não o deixou alijado de construir boas passagens pela Seleção. Disputou dois Pan-Americanos. No de 1960, na Costa Rica, marcou o gol da vitória sobre a Argentina.

Na Baixada, o Grêmio não ganhava de ninguém. Já o Olímpico é diferente, é um santuário

Realista, sem deslumbros, assim foi a sua despedida dos gramados. Ou melhor, ela não houve. Apenas achou que, aos 29 anos, era o momento de parar. Pegou os seus pertences no vestiário, despediu-se e foi-se. Não mais apareceu. Pelo menos como jogador. Em 2008, voltou à cena como assessor de futebol.

A vida de dentista, no entanto, segue a pleno até hoje. De segunda a sexta-feira, trabalha das 8h às 12h na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo, a Fase, na Avenida Padre Cacique, em frente ao Beira-Rio. Lá, cuida da saúde de menores infratores apreendidos. E tem o respeito da meninada, garante.

Milton também sabe fazer reverência. Ao Olímpico, palco de sua vida, oferece as palavras mais elogiosas. Considera a transição atual, para a Arena, bem distinta em relação à mudança da Baixada, na década de 1950, para o estádio do bairro Azenha.

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- A verdade é que, na Baixada, o Grêmio não ganhava de ninguém. O Inter era um time muito superior. Uma vez, como aspirante, vi uma espécie de ritual, algum trabalho ou despacho feito no campo, para tentar trazer as vitórias - recorda, sorriso largo. - O Olímpico, não. O Olímpico é um santuário, de títulos, de vitórias. A mudança, desta vez, tem outro contexto. De qualquer forma, é para melhor. De roupa nova, você é mais notado. Vai acontecer isso com o Grêmio agora.

O momento de máximo reconhecimento para Milton Kuelle já aconteceu. Em 1999, fincou pé na Calçada da Fama do clube, restaurada recentemente para ser transportada até a Arena. O mesmo caminho que Milton, em carne, osso e (muito) pulmão, vai percorrer em 8 de dezembro para dar o pontapé inicial, jogar 20 minutos ou o que "o Grêmio mandar".

Na verdade, mais do que um servo, Milton Kuelle será um dos donos da festa. Os demais é que vão virar formiguinhas perto do gigantismo do homem de três estádios.

milton kuelle grêmio olímpico adeus olímpico (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)